
O draft de 2021 da NBA fica para a história, pelo menos aqui para os lados da malta que tem 1001 maneiras de fazer o bacalhau. Neemias Queta foi a trigésima nona escolha do draft deste ano, por parte dos Sacramento Kings, o que deixou os adeptos portugueses da NBA em rebuliço.
Apesar de Queta ter sido o primeiro português a ser escolhido para a NBA, não é a primeira vez que se fala português naqueles courts. Em 1998, Ticha Penicheiro foi a segunda escolha do draft da WNBA, e também ela ficou em Sacramento, nos Monarchs onde se viria a tornar numa das melhores de sempre, tendo entrado em 2019 no Hall of Fame da WNBA.
Agora é altura de Queta apreciar o momento mas, apesar de ter sido escolhido no draft, nada lhe garante que jogue na NBA. Isto porque acontece frequentemente alguns jogadores não se afirmarem na NBA e irem “rodar” para a G-League, uma espécie de segunda divisão. No meio disto tudo, há algo que joga a favor do português: a equipa que o escolheu.
Os Sacramento Kings não sabem o que é ir aos playoffs há 15 anos logo pode-se dizer que são uma equipa sem grande poderio o que pode dar minutos de jogo a Queta, e isso é o mais importante: jogar, mostrar-se e afirmar-se.
Ter um jogador português na NBA não é só um motivo de orgulho, mas também uma oportunidade. Oportunidade de dar visibilidade ao basquete em Portugal, desenvolver a modalidade e cativar os jovens a praticar este desporto que pouca ou nenhuma expressão tem no nosso país.
Tal como Mourinho disse que as finais não se jogam, ganham-se, as oportunidades também não se vivem, agarram-se e capitalizam-se e é isso que Queta e quem manda neste país à beira mar plantado têm que fazer com esta excelente notícia que recebemos na madrugada de sexta-feira.